Nos últimos anos temos visto um crescimento das newsletters, com grandes sites e jornais investindo no formato. Muitas vezes vinculadas ao spam, as newsletters são uma ferramenta relevante de alcance direto e que possuem particularidades que podem beneficiar artistas e empresas. Este é um guia básico sobre porque fazer ou assinar uma newsletter hoje em dia, indicado principalmente para quem não tem muita familiaridade com o tema. É baseado em uma apresentação que fiz sobre newsletters, parte de um projeto da vai ter. Aproveito para contar que durante o período de quarentena devido ao coronavírus a vai ter (newsletter cultural que faço desde 2018) se transformou em um site só com indicações de coisas para fazer em casa, como cursos online gratuitos, atividades físicas, sites onde baixar livros, museus virtuais e outras coisas.

Blogs / Redes Sociais / Newsletters

No início dos anos 2000 os blogs eram a principal forma de autopublicação online. Com a popularização das redes sociais (Orkut e Facebook começam em 2004), as newsletters perdem parte da relevância que tinham. 


Pesquisa mundial do Hubspot aponta que 78% dos profissionais de marketing entrevistados identificaram crescimento na resposta às newsletters enviadas em 2019.


Muitas opções online

As newsletters são usadas como forma de tentar captar a atenção em meio ao excesso de informação. Em vez de ter que esperar a pessoa acessar o seu site ou perfil numa rede social, você leva o conteúdo até ela e o entrega diretamente. Antes muito vinculadas ao comércio online, nos últimos anos grandes jornais e sites passaram a investir em newsletters, como Wired, Pitchfork, Bravo, Vice, Nexo e inúmeros outros.

Comerciais / Pessoais

Newsletters comerciais são as mais vinculadas a spam. Além daquelas focadas na venda de produtos e serviços, outro tipo comum são as de resumo. São as newsletters que fazem um recorte do conteúdo publicado nos últimos dias em determinado veículo. É uma forma de atualização.

Newsletters também podem ser usadas como uma versão semi-pública de um blog. Ao publicar conteúdo nas redes sociais aquilo se perde muito rápido e fica vinculado à sua vida pessoal. Criar um blog caiu um pouco em desuso, apesar do Medium, uma plataforma de publicação gratuita, ter ficado mais popular nos últimos anos.

Uma questão relevante a se considerar é que dependendo do assunto a ser tratado, algumas pessoas não se sentem seguras em escrever em um blog ou site que possa ser lido por qualquer pessoa.

O The Cut mostra como as newsletters se tornaram uma forma mais segura das mulheres publicarem conteúdo online, por exemplo. Assim, evitam ataques online e assédios nos comentários. A newsletter permite que se saiba todo mundo que a recebe, gerando uma sensação de comunidade e segurança. Os emails podem facilmente ser encaminhados, claro, mas a publicação em um formato fechado, para leitores que você previamente determinou, suprime a vulnerabilidade de se publicar de forma aberta a todo mundo na internet. O New York Times também publicou um artigo sobre o assunto.

Métricas

Qualquer site pode oferecer diversas informações sobre seus usuários usando o Google Analytics. A diferença é que na newsletter os dados são mais pessoais. Você sabe quem abriu cada email, quem clicou em cada link e quantas vezes, por exemplo. As newsletters permitem maior controle sobre quem interage com seu conteúdo.

Portabilidade de usuários / comunidade

Uma vantagem em relação às redes sociais é que os assinantes de uma newsletter formam uma comunidade que não fica vinculada a um serviço específico. Empresas e pessoas gastam muito dinheiro para ter mais curtidas nas páginas do Facebook ou mais seguidores no Instagram. No entanto, quando essas redes perdem popularidade, a comunidade gerada perde seu valor e o trabalho tem que ser reiniciado em uma nova rede. No caso de uma newsletter, basta exportar uma planilha com os emails de todo mundo e usá-la em qualquer plataforma de envio.

Ferramentas para envio de newsletters

Entre as muitas ferramentas para envio de newsletters, listo algumas que possuem planos gratuitos. Uma das mais populares, Mailchimp, também possui o Tinyletter, que transformou-se praticamente em uma categoria à parte. O Tinyletter está para a newsletter assim como o Medium para os blogs. É focado na simplicidade, com poucas opções de personalização. Dessa forma, a atenção é direcionada para o conteúdo. É ideal também para quem tem pouca familiaridade com ferramentas de design ou de publicação online, já que é muito simples e fácil de usar.

Ferramentas de envio e limite de assinantes nos planos gratuitos
* Mailchimp / até 2 mil emails cadastrados
* Benchmark / até 2 mil emails
* Mailer Lite / até mil emails
* Mailjet e Sendinblue / contatos ilimitados mas envio de 200 / 300 emails por dia (6 / 9 mil por mês, respectivamente)
* Tinyletter / limite de 5 mil emails cadastrados

(imagem que abre o artigo é do relatório 2020 State of Email, da Litmus)

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