O que não falta é texto sobre ser produtivo no trabalho em casa e coisas do tipo. Em geral, é o tipo de baboseira de auto-ajuda para empreendedores e millennials startupeiros. No entanto, em tempos de coronavírus, achei válido compartilhar algumas coisas que funcionam pra mim desde que passei a trabalhar majoritariamente no esquema de home office durante os últimos anos. Cada pessoa e cada tipo de trabalho demanda um tratamento diferente, claro. Mas com variações, algumas dicas podem ser adaptadas e ajudar nesse período em que grande parte da população irá trabalhar em casa, para que seja um processo mais saudável e proveitoso.
Definir um local
Essa é uma das dicas para trabalhar em casa que se repete na maioria dos guias e realmente funciona. Definir um local específico para trabalhar em casa ajuda a separar o que é vida pessoal e o que é trabalho. Do contrário, sua casa inteira passa a ser um espaço de trabalho em potencial e, com o tempo, isso fode a sua cabeça. Quem mora sozinho ou tem mais espaço em casa pode fazer isso com mais facilidade. Em outros casos, organizar uma mesa que você tenha dentro do quarto pode ser suficiente. Trabalhar em cima da cama é uma das piores práticas porque, além de acabar com a coluna, não permite um alívio mental: você está ali para descansar ou trabalhar? Com o tempo, essa falta de divisão pode incomodar e gerar desconforto.
O tempo voa
Em home office, às vezes o dia passa sem você perceber o que fez. O tempo é fragmentado em micro tarefas e no fim a sensação de não ter feito nada pode ser negativa. Nesse sentido, uso principalmente dois apps: TimeCamp e RescueTime.
O TimeCamp é uma ferramenta simples pra registrar quanto tempo você dedica a tarefas/projetos específicos. Existem vários outros aplicativos mais completos e complexos para isso, mas gosto do TimeCamp porque ele é básico e simples. E sua versão mobile é tão ruim que desestimula seu uso no celular, o que acaba sendo ótimo, para que o registro de produtividade fique limitado ao computador.
Já o RescueTime é um software que basicamente terá acesso a tudo que você faz no computador (o que é compreensivelmente aflitivo). Ele analisa tudo o que você faz no computador, como os softwares que usa e por quanto tempo, e a mesma coisa em relação a sites. Depois, apresenta gráficos que mostram quanto tempo foi utilizado em cada categoria, como sites de notícias, redes sociais, softwares que são utilizados no seu trabalho ou como lazer, etc (você define se cada item deve ser considerado como produtivo, improdutivo ou neutro). O TimeCamp também possui essa função, que depende do download e instalação do software, mas como comecei a usar o RescueTime antes (por indicação da Wired), acabei continuando com as duas ferramentas.
Fuja do WhatsApp (dica pra vida toda)
Diminuir o uso do WhatsApp como ferramenta de trabalho é libertador, principalmente se você vai trabalhar em casa. Não responder mensagens de trabalho a qualquer hora do dia é um dos primeiros passos. Voltar a usar mais os emails diminuiu o mal-estar das notificações no celular.
A roupa
Essa eu achava que era bobagem mas realmente funciona. Por um tempo é gostoso ficar em casa sem camisa, trabalhar exatamente do mesmo jeito que você dormiu. Mas com o tempo as tarefas diárias e o trabalho se misturam e o processo de “se vestir para o trabalho” realmente ajuda o cérebro a separar as coisas.
Divisão de navegadores
Quem passa muito tempo no computador pode se beneficiar dessa prática: usar um navegador para atividades em geral e outro específico para o trabalho. Dessa forma, enquanto você faz algo para se distrair no computador não vê outras abas com tarefas a serem feitas.
Listas de tarefas
Tem gente que adora. Às vezes, podem gerar um cobrança desnecessária. Não é necessariamente uma das dicas para trabalhar em casa mas ajuda no trabalho em geral. Gosto do Keep pela praticidade e integração junto ao Gmail. Para trabalhos coletivos, o Trello. Mas, em geral, prefiro anotar no papel. A materialidade dá uma sensação de continuidade. O trabalho feito e riscado não desaparece por completo da sua vida, fica ali o registro de que aquilo foi feito e essa sensação de completar algo gera bem-estar.